Por mais que goste de surpresas, há algumas alturas da minha vida em que eu as dispenso, o nascimento do meu filho é uma dessas alturas.
Quer pela minha integridade física ou por saber o que é melhor para o meu filho decidi fazer um Plano de Parto. Este documento foi previamente enviado para os Membros do Conselho de Administração do Hospital, para o Director do Serviço de Genecologia e Obstetrícia e mais duas cópias irão acompanhar-me de forma a não haver hipótese de que digam que não tinham conhecimento. Obviamente tentei falar dele à minha médica que se justificou de uma maneira bastante correcta “Eu só faço consultas e esses procedimentos são na sua maioria feitos pelas enfermeiras, o melhor é mesmo falares com elas”, e assim fiz. Tentei falar dele com a enfermeira que nos fez a visita guiada ao Serviço de Urgência de Obstetrícia, que me despachou para a ranhosa que dá as aulas de preparação para o parto, e que acha que eu sou um alien, nunca teve tempo, a conversa com as colegas e os lanchinhos são muito mais importantes. Restou-me a Enf. Lurdes que teve uma pachorra comigo que não lembra ninguém. E a conclusão a que cheguei no final é que esta coisa da Humanização do Parto nos Hospitais é muito bonita mas (sim tem um enorme “mas”) não muda as mentalidades, da mesma forma que umas enfermeiras estão mais orientadas para os cuidados ao parto natural há outras que não, e vai depender mesmo de quem estiver de plantão no dia em que der entrada. Claro que isto não sossega ninguém e não estou com a mínima vontade para me andar a “defender” em pleno Trabalho de Parto, quero é mesmo que me deixem em paz, por isso tive de falar com a minha Doula
sobre tudo isto. Para ela não foi novidade, mas o facto de ela ter conhecimento dos procedimentos internos do Serviços de Obstétrica já me deixa mais descansada. Vai ser ela que vai estar do meu lado em casa e depois no Hospital durante o Trabalho de Parto, existe a hipótese de haver uma troca durante todo o processo e na altura da expulsão vai entrar o pai, não que me faça muita falta na altura mas o filho também é dele.
Não estou de forma alguma a descriminar a presença do pai durante o Trabalho de Parto, mas o envolvimento emocional com a situação pode comprometer a lucidez dele e eu preciso ter do meu lado alguém mais consciente e “neutro”, que faça defender os meus direitos sempre que necessário. É que o pessoal médico têm sempre todos muita pressa, não os culpo, quanto mais depressa terminar tudo mais depressa termina o “meu sofrimento” e eles podem dar atenção a outras coisas que não me interessam nem um pouco, mas eu não tenho pressa e o sofrimento do parto é coisa que só a mim diz respeito, não, não gosto de sofrer, só não acho é que seja uma dor má, não é doença nem ferimento que dói, é o meu corpo a alterar-se para fazer o meu filho nascer, não me mete medo nem tenciono lutar contra ela, acho que a entrega é até a melhor solução. Deixar o corpo falar mais alto e dizer o que fazer, a evolução preparou-nos para isso durante anos, eu confio em mim e na minha capacidade natural de parir.
PS – se alguém estiver interessado em receber uma cópia do Plano de Parto tenho todo o gosto em disponibiliza-lo.
Quer pela minha integridade física ou por saber o que é melhor para o meu filho decidi fazer um Plano de Parto. Este documento foi previamente enviado para os Membros do Conselho de Administração do Hospital, para o Director do Serviço de Genecologia e Obstetrícia e mais duas cópias irão acompanhar-me de forma a não haver hipótese de que digam que não tinham conhecimento. Obviamente tentei falar dele à minha médica que se justificou de uma maneira bastante correcta “Eu só faço consultas e esses procedimentos são na sua maioria feitos pelas enfermeiras, o melhor é mesmo falares com elas”, e assim fiz. Tentei falar dele com a enfermeira que nos fez a visita guiada ao Serviço de Urgência de Obstetrícia, que me despachou para a ranhosa que dá as aulas de preparação para o parto, e que acha que eu sou um alien, nunca teve tempo, a conversa com as colegas e os lanchinhos são muito mais importantes. Restou-me a Enf. Lurdes que teve uma pachorra comigo que não lembra ninguém. E a conclusão a que cheguei no final é que esta coisa da Humanização do Parto nos Hospitais é muito bonita mas (sim tem um enorme “mas”) não muda as mentalidades, da mesma forma que umas enfermeiras estão mais orientadas para os cuidados ao parto natural há outras que não, e vai depender mesmo de quem estiver de plantão no dia em que der entrada. Claro que isto não sossega ninguém e não estou com a mínima vontade para me andar a “defender” em pleno Trabalho de Parto, quero é mesmo que me deixem em paz, por isso tive de falar com a minha Doula

Não estou de forma alguma a descriminar a presença do pai durante o Trabalho de Parto, mas o envolvimento emocional com a situação pode comprometer a lucidez dele e eu preciso ter do meu lado alguém mais consciente e “neutro”, que faça defender os meus direitos sempre que necessário. É que o pessoal médico têm sempre todos muita pressa, não os culpo, quanto mais depressa terminar tudo mais depressa termina o “meu sofrimento” e eles podem dar atenção a outras coisas que não me interessam nem um pouco, mas eu não tenho pressa e o sofrimento do parto é coisa que só a mim diz respeito, não, não gosto de sofrer, só não acho é que seja uma dor má, não é doença nem ferimento que dói, é o meu corpo a alterar-se para fazer o meu filho nascer, não me mete medo nem tenciono lutar contra ela, acho que a entrega é até a melhor solução. Deixar o corpo falar mais alto e dizer o que fazer, a evolução preparou-nos para isso durante anos, eu confio em mim e na minha capacidade natural de parir.
PS – se alguém estiver interessado em receber uma cópia do Plano de Parto tenho todo o gosto em disponibiliza-lo.