quarta-feira, outubro 20, 2004

Praxes Académicas

A morte do Diogo Macedo da Tuna Académica da Universidade Lusíada anda novamente na boca do povo. Um dos principais suspeitos é meu conhecido o Tavinho, estudou na mesma escola secundária que eu, custou-me vê-lo na TV onde se via claramente que a reportagem tinha sido mais do que recordada e manipularam o que ele dizia de forma vergonhosa. Tenho pena que a necessidade de fazer a notícia sensação chegue a este ponto. O que conheço do Tavinho é ser perfeitamente normal, nunca soube que tenha estado envolvido em confusões ou coisas do género, bom aluno e bem disposto. Isto é o que me lembro dele, sei que uma pessoa pode mudar e já lá vão mais de 10 anos desde a última vez que o vi, mas pelo que sei é a opinião generalizada das pessoas que actualmente lidam com ele. Na página da Tuna pode ser lida a versão deles desta história macabra, assim como uma cópia do processo.

Estudei na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde até hoje as praxes académicas são uma tradição que se mantém. Fui praxada e praxei, nunca me senti diminuída nem envergonhada e quando troquei de posição fiz questão que a praxe feita sob a minha responsabilidade fosse divertida para ambas as partes. Os objectivos são sempre que os novos alunos se conheçam uns aos outros, que conheçam a instituição de ensino onde entraram e a cidade que os acolhe. Levar a caloirada a almoçar sempre foi uma pratica agradável, ficavam informados da localização das cantinas e dos seus horários, entre muitas outras coisas. A integridade física ou moral nunca foi posta em causa, dentro do que vou sabendo até hoje assim permanece. Se em algumas instituições de ensino superior abusam, resta-me ter pena dessas pessoas que precisam da praxe para se enaltecerem, das que se deixam abusar tenho igualmente pena, têm de certeza mais de 18 anos e já têm idade para saber distinguir o certo do errado, se cedem a pressões… é bom que se lembrem que durante a vida vão sofrer muitas mais, que aprendam a reagir de forma diferente e que acima de tudo aprendam a proteger-se. Não sei qual o problema de ir à PSP apresentar queixa, eu mesma fazia questão de informar toda a caloirada onde era o posto da polícia mais perto, o Porto é uma cidade linda mas tem a sua violência. Fazer parte do grupo que sofre silencioso é uma vergonha para indivíduos adultos.

Pronto… já desbaratei tudo por hoje, até amanha.

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