quinta-feira, setembro 23, 2004

D. Antónia Adelaide Ferreira

Novo blog descoberto, Todas as Cores, dos grávidos niim e O Culpado.

Já tinha tentado na semana passada o Hello para colocar imagens on-line aqui no blog, mas não em entendi com ele, vou para a segunda tentativa… nunca fui de desistir á primeira. Funcionou!!!!!

Estava no ano de 2000, eu fazia de Ferreirinha, os restantes sao Camilo Castelo Branco, Marques do Pombal e o Barão de Forrester pelo grupo de teatro Roga D'Arte

D. Antónia Adelaide Ferreira… um pouco da sua história:

Ao falar do Douro, há nomes que se impõem e o de D. Antónia Adelaide Ferreira é um deles, conhecida carinhosamente por "Ferreirinha" ou "Ferreirinha da Régua" pelas gentes da sua terra.
(…)
D. Antónia Adelaide Ferreira e António Bernardo Ferreira, primos em primeiro grau e filhos de José Ferreira e António Bernardo Ferreira respectivamente, unem suas vidas pelo matrimónio e têm dois filhos, a menina Maria d' Assunção, mais tarde Condessa de Azambuja, e um rapaz a quem deram o nome do avô e do pai.

Mas só depois da morte do primeiro marido é que o espírito empreendedor desta senhora se manifesta de forma admirável, fazendo grandes plantações no Douro e obras de benfeitoria, tornando-se numa figura de primeira grandeza. Tão importante que o Duque de Saldanha, então Presidente do Conselho, pretende que o seu filho, o Conde de Saldanha, contraía matrimónio com a filha de tão distinta senhora. D. Antónia recusa tal convite, embora se sentisse muito honrada, alegando para o efeito a tenra idade de sua filha, que só tinha onze anos, e que também gostaria que fosse ela a escolher o seu esposo.

O Duque, habituado a não ser contrariado, manda os seus homens raptar, numa noite, a menina, à Casa de Travassos. Mãe e filha, quando souberam o que lhes pretendiam fazer, fugiram, vestidas de camponesas e ajudadas por amigos, por caminhos difíceis, para Espanha e depois para Londres, onde se refugiaram. Depois da filha casada com o Conde de Azambuja, D. Antónia casa com Francisco José da Silva Torres, seu secretário.Com pouco mais de meio século de existência e no auge das suas capacidades de administradora, D. Antónia compra todo o vinho do Douro para dessa forma ajudar os agricultores na luta contra os baixos preços praticados por consequência de uma crise de abundância. Com todo o vinho comprado e guardado nos seus armazéns, eis que surge uma praga terrível chamada "filoxera" que destrói a quase totalidade dos vinhedos, lançando os durienses na miséria. Era horrível de se ver...

Mas com o poder negocial que se lhe reconhecia e com todo o vinho nos seus armazéns, D. Antónia pôde com facilidade negociar da melhor maneira com os ingleses tornando a casa agrícola Ferreira muito mais rica. Depois da catastrófica praga de filoxera, manda replantar as vinhas. Paga a construção de quilómetros de estrada e de caminho de ferro, dá trabalho a mil operários e, desta forma, cobre as suas vinte e três quintas com milhões de cepas.

Em 1880 D. Antónia ficou novamente viúva, mas mesmo assim continuou com a sua obra benfeitora, ajudando a construir os hospitais do Peso da Régua, Vila Real, Moncorvo e Lamego. Mandou também construir no Moledo um palácio para acolher o Rei D. Luís, as termas, a piscina e um fabuloso parque. Ajudou a Misericórdia do Porto, ficando esta obrigada a socorrer qualquer familiar seu, se porventura a roda da vida fosse menos favorável. Criou inúmeras bolsas de estudo, entre as quais é de realçar a concedida ao engenheiro agrónomo, Dr. Tobias Sequeira.

D. Antónia, que nasceu no concelho de Godim no ano de 1810 viveu a sua infância na casa de Travassos, vindo a falecer em 1896 na casa das Nogueiras. Dois anos depois da sua morte foi criada a Companhia Agrícola dos Vinhos do Porto, mais conhecida por "Casa Ferreirinha".

O Douro perde assim a sua rainha, contando o povo ainda hoje muitas histórias interessantes a seu respeito.

Restante em Câmara Municipal do Peso da Régua

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