segunda-feira, abril 14, 2008

39 Semanas

E lá fui eu para a última consulta, se tiver de lá voltar com o potinho no forno será lá para as 42 semanas... rendida à indução.

A minha mãe diz que a próxima lua cheia vai tratar disso, será no dia 20 (domingo). Será que me vai fazer a vontade e nascer num fim-de-semana? Já agora pode ser durante a noite? Pode?

A médica até o e-mail dela me deu para que lhe contasse as novidades mal as houvesse, acho que ficou um pouquinho de curiosidade sobre esta utente meio louca que recusava tudo que era medicação e exames e a enchia de Estudos Médicos para justificar as opções que fui tomando ao longo da gravidez.

Resumo da coisa, CTG normal (nenhumas contracções), colo fechado e alto, urina OK e uma chamada de atenção pela enfermeira em relação ao meu peso, desde o inicio da gravidez já engordei 14Kg, segundo os cálculos com a minha massa corporal/altura/idade posso engordar até 16Kg mas não convinha... A amamentação é boa para emagrecer mas não faz milagres.

sexta-feira, abril 11, 2008

Não tenho pressa

Todos os mamíferos têm um tempo de gestação, lembro-me bem do dia marcado no calendário da cozinha com uma rodela a vermelho a dizer “coelha”, era o dia em que a minha mãe tinha colocado o coelho com a coelha, a partir dali bastava contar os dias, aproximadamente 30, e sabia-se com alguma exactidão quando iríamos ter mais coelhitos. Na semana anterior já era ver a coelha a juntar pelo num dos cantos da casota para receber os novos habitantes. A minha Fionda, se algum dia tiver crias terá um tempo de gestação de aproximadamente 60 dias a contar do dia de fecundação (mais tempos de gestação).

O tempo de gestação de um humano é de 266 dias, porque é que me vou preocupar antes de os atingir? Ou aceitar o “descolar das membranas” às 38 semanas (254 dias)? Ou uma indução? Será que o meu filho não pode nascer quando estiver realmente pronto? Porque motivo serei eu diferente das outras espécies que habitam este nosso planeta e que passaram por tantos anos de evolução, tal como eu? Está a evolução errada?

Nunca me senti tão mulher, tão completa… sentir este bebé pequenino a mover-se dentro de mim, no lugar mais seguro que lhe vou conseguir dar. Sentir a força que os seus pezinhos minúsculos fazem na minha barriga, imaginar que movimentos ele estará a fazer com as mãos quando vejo o meu baixo-ventre a reclamar pela pressão suave. Esperar por ele é uma espera que não me custa nada, sempre fui muito impaciente, das que chega antes da hora e depois apanha uma seca descomunal porque toda a gente chega atrasado… e lá reclamava eu. Esperar que o meu filho nasça é um orgulho, respeitar a hora dele, respeitar o meu corpo que só nessa altura vai estar igualmente pronto para o ajudar a nascer, porque sei que é o melhor para o meu filho.

Meu filho, pelo amor que te tenho respeito-te! Tens aqui um pai e uma mãe que esperam curiosos por te conhecer melhor, já sabemos que não gostas de dormir para o lado direito, que tens fome de 2 em 2 horas e que acordas bem cedo, resta agora saber se tens cabelo liso como o teu irmão ou com caracóis como eu e o teu pai tínhamos quando éramos bebés, se vais ter olhos claros como a família do teu pai ou escuros como a minha família… mas quero que saibas que sejas lá como fores te amamos com aquele amor incondicional que só um pai e uma mãe tem pelo seu filho.

Nota final – As tias dizem que não te falam se fores benfiquista, mas com a família que tens… é pouco provável :)

quinta-feira, abril 10, 2008

Eco Fraldas


Depois de um telefonema para a Loja Mama Natura em Coimbra recebi este fabuloso e-mail com as informaçoes que me faltava. Já tenho algumas fraldas de pano (normais) e umas outras da marca Bambino Mio que me foram emprestada pela minha Doula:

"As fraldas Bambino Mio estão a ser cada vez mais recomendadas não só por quem se preocupa com o ambiente (Quercus,...), mas também por quem se preocupa com o bebé (maternidades, centros de preparação para o parto,...), tal como o pano porta-bebés. E, felizmente, as pessoas estão a aderir cada vez mais.
O que é certo é que as fraldas descartáveis normais demoram cerca de 500 anos a decompor-se e, entretanto, vamos enchendo o planeta de lixo e comprometendo o futuro dos nossos filhos... :(

As fraldas Bambino Mio funcionam assim:
Têm 1 "folhinha de papel", o revestimento, que impede o xixi de estar em contacto com o rabinho do bebé e que se pode deitar na sanita com os cocós (é biodegradável). O revestimento vende-se em rolos de 200 folhas e custa €12,60.
A fralda de algodão pré-dobrada tem uma zona de absorção reforçada e os pequenos canais que têm na sua estrutura de tecelagem fazem com que o xixi passe para trás, para junto da borracha da capa da fralda. A grande diferença entre estas fraldas de algodão e as fraldas de pano tradicionais é que estas não ensopam.

O revestimento troca-se a cada muda de fralda e a fralda de algodão também se muda sempre. A capa de fralda muda-se quando estiver suja (normalmente, a cada 4 ou 5 mudas de fralda).
Eu aconselho sempre as pessoas a porem a fralda debaixo da torneira assim que a tiram e passar com sabão azul e branco, antes de as colocarem no balde/bacia das fraldas - uma especie de pré-lavagem - e de 15 em 15 dias colocarem uma colherzinha de esterilizador para que as fraldas fiquem + branquinhas e esterilizadas.

Em termos de quantidades, a marca aconselha 2 starter packs. Eu tenho vendido 1starter pack+2 capas+1 pack de fraldas de algodão e as pessoas têm-se dado bem. É uma questão de as pessoas verem se preferem ter mais fraldas para estar mais à vontade ou se menos fraldas será suficiente.
O que não aconselho: a apostar muito no tamanho Recém-Nascido, a menos que se trate de um bebé muito abaixo dos 3,5Kgs. Normalmente, o Tamanho Pequeno das capas Bambino Mio ajusta-se perfeitamente, desde o nascimento até +/-aos 6 meses.

Investimento inicial:
2 starter packs P (ou 1 peq e 1 r/n) (24 fraldas de algodão e 6 capas) + revestimento = €192,60
1 starter pack + 1 pack fraldas de algodão Tam.1 + 2 Capas Brancas S (20 fraldas de algodão e 5 capas) + Revestimento = €161,50

A única coisa que é preciso ir comprando é o revestimento e

Aos 5/6 meses:
aconselho a comprar 3 capas tamanho M (€14,2x3), e 1 Pack de fraldas de algodão tamanho 2 (€30), porque eles começam a fazer muito xixi de cada vez.

Entretanto, convém começar a levar o bebé ao bacio, principalmente quando acorda e antes de dormir, para que ele comece a ter uma rotina.

Por volta dos 12 meses:
aconselho a comprar 3 capas tamanho L (€14,20x3).

Um dia destes a mãe de um bebé de 3 meses veio comprar o 5º rolo de revestimento e disse-me que, se usasse fraldas descartáveis, já teria gasto 800, em apenas 3 meses!

Em termos logísticos, convém ter 1 balde/bacia na casa de banho, uma bolsa para as fraldas lavadas e uma outra, impermeável, para ter na mochila e pôr as fraldas usadas. 1x por dia, faz-se uma máquina de roupa, que pode ser a baixas temperaturas, uma vez que existe o esterilizador. É simples!

Quando um bebé nasce, gasta cerca de 8 fraldas por dia, o que dá 240 fraldas num mês. Em 6 meses, dá 1440 fraldas.
Aos 6 meses já gastam menos fraldas. Se considerarmos 4 fraldas por dia, dá 720 fraldas dos 6 aos 12 meses. Do 1º ao 2º ano, se considerarmos 2 fraldas por dia, dá mais 720 fraldas. Em 2 anos: 2280 fraldas (normalmente acaba por se gastar ainda mais fraldas do que estas), 30 pacotes de fraldas descartáveis (com uma média de 75 fraldas cada).
Se cada pacote de fraldas custar €15, em 2 anos gasta-se €456.
É muito frequente as crianças usarem fraldas descartáveis até bem mais tarde...

Para além da questão económica, há sempre que ter em conta a questão ecológica e o facto de o rabinho do bebé não estar em contacto com todos os químicos utilizados nas fraldas descartáveis.

Em relação às creches: Já vai havendo bastante abertura da parte das creches e em princípio terá apenas que levar as fraldas lavadas e trazer ao fim do dia as fraldas para lavar, tal como acontece com a outra roupa, se o bebé a sujar.

Há alguns pais que preferem usar fraldas descartáveis nalgumas situações. Com o uso, os pais e o bebé vão vendo como se dão melhor.

Em relação às fraldas de pano (e ao pano porta-bebé), eu costumo dizer às pessoas que são investimentos a que se vai dar muito valor durante o seu longo tempo de utilização e têm a grande vantagem de poderem passar de um bebé para outro e aí, o investimento já está feito.

As fraldas tamanho 1 são utilizadas desde que nascem até que se deixe de usar fraldas, embora devam ser combinadas com as tamanho 2 a partir dos 5/6 meses - por exemplo, as tamanho 2 para a sesta e a noite.

No caso de querer experimentar, há sempre a hipótese do Trial Pack, que embora tenha apenas uma fralda de algodão e uma folha de revestimento e por isso não dê bem para ter ideia da "dinâmica" das fraldas de pano, dá para conhecer as fraldas e experimentá-las.

Se tiver alguma dúvida, basta perguntar... :)

Com os melhores cumprimentos,
Mama Natura"

Técnicas de Respiração? Qual Respiração?

Este artigo recebi-o via e-mail, newsletter da Barrigas & Bebés, faz tanto sentido...

“E a respiração? Não vamos aprender a respirar?” Esta é a questão à qual a maioria das mulheres pretende obter a resposta, sobretudo nos cursos e sessões de preparação para o nascimento, porque ainda há muitas mulheres que acreditam na necessidade de aprender a respirar para o trabalho de parto e parto (como se não o soubessem fazer naturalmente).

O Lamaze Institute, que divulgou amplamente esta técnica durante vários anos
(que conhecemos em Portugal por método psicoprofiláctico), vive actualmente uma época de pouca aceitação a nível internacional, exactamente pela imagem de uma preparação para o parto focalizada na respiração.

No entanto, no seu último guia The Official Lamaze Guide, fala-se mesmo de repensar a respiração e relaxamento. Neste guia, a mulher é convidada a encontrar a sua própria respiração consciente, e a procurar outras formas de se manter activa para lidar com as contracções: andar, dançar, massagens, bolas de parto, baloiçar, etc. Resumindo, respirar já não é o ensino ou a prática, do Lamaze Institute.

Todavia, em Portugal, o método Lamaze utilizado nas preparações para o parto continua a ser focalizado na respiração.

E, Infelizmente, nos Hospitais/Maternidades ainda ouvimos:
“Encha o peito de ar, feche a boca e agora faça FORÇA!”

Frase conhecida pela maioria das mulheres que já passou pela preparação para o parto pelo método psicoprofiláctico (ou por um parto vaginal ).

Este tipo de respiração tem tecnicamente o nome de Manobra de Valsalva.

O que dizem as evidências cientificas acerca da utilização desta manobra no parto?

· Recomendações da OMS:

“(...) O procedimento de fazer força na segunda fase do trabalho de parto
A prática de estimular o fazer força de forma prolongada e dirigida (manobra de Valsalva) durante a segunda fase do trabalho de parto é amplamente utilizada em muitas maternidade. A alternativa é apoiar o padrão espontâneo da mulher de fazer força. Vários estudos compararam estas duas práticas (Barnett e Humenick 1982, Knauth e Haloburdo 1986, Parnell e al 1993, Thomson 1993). A força involuntária resultou em três a cinco “forças” relativamente curtas (4-6 segundos) a cada contracção, comparando com forças continuas com 10-13 segundos de duração, acompanhadas por apneia forçada. O segundo método resulta numa segunda fase um pouco mais curta, mas pode causar alterações de frequência e de volume de fluxo cardíaco provocadas pela respiração. Se a mulher estiver deitada de costas, pode haver também compressão da aorta e redução do fluxo sanguíneo ao útero. Nos estudos publicados, o pH médio na artéria umbilical foi menor nos grupos com força prolongada, e havia uma tendência para depressão dos valores de Apgar. As evidências existentes são poucas, mas delas emerge um padrão onde o fazer força de forma prolongada e precoce resulta numa diminuição modesta da duração da segunda fase, mas isto não parece trazer nenhum benefício; parece haver comprometimento das trocas gasosas materno-fetal. A força espontânea curta parece ser melhor (Sleep et al 1989).
Em muitos países, é comum a prática de fazer pressão no fundo do útero durante o segundo estágio do trabalho de parto, com a intenção de acelerar o nascimento. Ás vezes isto é feito pouco antes do desprendimento, outras desde o início do período expulsivo. Além do aspecto do maior desconforto materno, suspeita-se que esta prática possa ser perigosa para o útero, períneo e feto, mas não existem dados de pesquisa sobre este assunto. A impressão é que, no mínimo é usado com muita frequência, sem que existam evidências da sua utilidade”.
(Care in normal birth: A practical guide. 1996, WHO)
· Estudo apresentado Em Janeiro de 2006 o Gray Journal (Jornal Americano de Obstetricia e Ginecologia)

“a diferença tem pouco impacto em todo o tempo do parto, cujos especialistas dizem que pode ir além das 14 horas em média, quando às mulheres foi dito para fazer força em cada contracção, deram à luz 13 minutos mais rápido que aquelas que não receberam qualquer tipo de instrução”. (Coaching women during childbirth has little impact, Dec 30, Reuters)

· A manobra de Valsalva foi ainda identificada como um dos factores de risco de trauma genital em partos vaginais espontâneos e normais, em mulheres primíparas assistidas por enfermeiras-parteiras, num estudo publicado no The Birth Journal em Junho de 2006. (Leah L. Albers CNM, DrPH, Kay D. Sedler CNM, MN, Edward J. Bedrick PhD, Dusty Teaf MA, Patricia Peralta (2006)
Factors Related to Genital Tract Trauma in Normal Spontaneous Vaginal Births Birth 33 (2), 94–100.)

Se experimentar encher o peito de ar, fechar a boca e fazer força, independentemente da posição em que estiver, consegue perceber que o efeito gerado é o contrário ao que o corpo necessita (o períneo é contraído em lugar de descontrair).

Então porque é que ainda se ensina a respirar para o parto, porque motivo as nossas maternidades ainda usam a manobra de Valsalva?

Ao escutar-se os sons e gemidos emitidos pelas mulheres livres durante a fase de expulsão do bebé, facilmente os confundimos com os sons de satisfação de uma relação sexual amorosa.
Quantas mulheres aceitariam ter aulas de preparação sexual em que lhe fosse ensinado como respirar e agir no momento de um orgasmo?

Nós, mulheres, temos de recuperar a confiança na nossa capacidade inata de parir, escutando os nossos instintos, em vez de esperar por ordens externas.
Aos profissionais compete actualizarem-se (e agirem) com base em evidências científicas, deixando o parto fluir naturalmente, no seu processo fisiológico.

O período expulsivo funciona fisiologicamente e não necessita de ser dirigido por técnicas respiratórias.


texto de Catarina Pardal
Professora de Pilates da Barrigas & Bebés e Doula

terça-feira, abril 08, 2008

Contagem decrescente

No site do Baby Boom estamos em 13º lugar:












No site do Baby Blog em 19º:

segunda-feira, abril 07, 2008

38 Semanas

Mais uma consulta rapidinha, tal como todas são... depois de 2 horas de seca na sala de espera. Não fui à aula de preparação para o parto porque ainda me chamavam e eu não ouvia, mas deu para ver quem ia saindo e eu continuava ali sentada.

Seja como for, está tudo bem com o potinho. Ainda está alto e o CTG nao mostrou contracções significativas. Normalmente sinto-as mais a partir do final da tarde, quando me deito elas "apertam" mas não o suficiente para me impedir de dormir.

Continua cheio de energia, teima em achar que a saída é logo abaixo das minhas costelas, mas com o tempo ele lá descobre o caminho correcto.

Uma sugestão de um site que gosto muito de ler:

"Giving birth is hard work but if you understand the process and go in to it well prepared, you don't have to be afraid. If you choose medication in the hospital, the most commonly accepted form of pain relief is narcotic (usually morphine derivatives) and epidural anesthesia (spinal puncture). Techniques for dealing with the discomfort of birth include hypnosis, relaxation, acupuncture, massage, herbs, homeopathic remedies, the loving attention of your partner or a birth support person called a doula."

Retirado do site 3DPregnancy

domingo, abril 06, 2008

Viva eu!


Melhor? Nao, nao podia ter tido melhor aniversário.

Com o meu potinho no forno, marido e restante familia do lado... que mais poderia eu querer?

Um agradecimento especial a todos os que, das mais variadas maneiras, me fizeram chegar mensagens cheias de mimo.

sábado, abril 05, 2008

Parabens Francisco

Sei que com todo este meu peso e dificuldade em fazer uma viagem grande sao mais do que desculpa suficiente para nao ter estado presente no teu Baptizado e festinha de Aniversário, mas acredita que durante todo o dia estiveste no meu coraçao... e estive também com uma dor de cotovelo tamanho monumental, sei muito bem como sao estes encontros de familia...

Baptizado Francisco

quarta-feira, abril 02, 2008

Mais uma patacuada

Isto realmente só em Portugal.

É da responsabilidade de cada um saber a que se é alérgico, é da responsabilidade das “marcas” fazerem constar nos seus produtos todos os materiais que os compõem, então porque motivo foi suspensa a venda da Depuralina?

Está bem explicito no rotulo dos vários frascos todos os componentes, tal como manda a lei!! Só mesmo em Portugal é que se suspende a venda de um produto porque 3 pessoas não fazem a mínima ideia do que se passa com o corpo delas, isto tendo em conta que estamos a falar de 3 adultos com idade mais do que suficiente para conhecerem o seu corpo e respectivo funcionamento. Uma vergonha!!!!

Não estou com isto a defender a toma da Depuralina ou os seus benefícios, pelo que me informei não vi na sua composição nada que fizesse mal à saúde de ninguém, contém compostos que podem ser encontrados em imensos outros produtos (mais conhecidos como suplementos alimentares), quer a sua origem seja química ou natural.
Não tem justificação é tamanha barracada, eu no lugar das pessoas “alérgicas” estava era caladinha e fazia de conta que não era nada comigo, ou ainda são acusadas de analfabetismo.

domingo, março 30, 2008

Parabéns Fiondita!





Muito obrigada por 3 anos de boa disposição, de companhia, brincadeiras, mimos e dedicação.

terça-feira, março 25, 2008

Quase de parabéns!!


Faz 3 anos no próximo dia 30. Uma cachorra linda, amigável, cheia de boa disposição e uma companhia insubstituível.

Quando fiquei grávida começaram a chover os comentários que a Fionda teria de passar para segundo plano, quem sabe até teria de me livrar dela para evitar doenças… assim, pérolas destas.
Como posso eu privar o meu filho da companhia de um amigo que já gosta dele mesmo antes de ele nascer?

A presença de um animal doméstico é benéfica e recomenda-se a uma criança, serve de estímulo e dá-lhe imunidade contra imensas alergias. Ainda há quem prefira comprar DVD’s para entreter o pimpolho, eu tenho a Fionda que de certeza será um entretenimento muito mais saudável.

A minha cachorra faz parte da família, uma família que está a crescer, onde todos têm o seu lugar, sempre!!

Doulas de Portugal


A Associação Doulas de Portugal vai estar presente na emissão da Praçada Alegria na RTP1, quinta-feira dia 27 de Março e será representadapelas Doulas Bárbara Yu, Cristina Silva e Rosa Maria.
O tema será a humanização do nascimento e o papel da Doula na assistência não médica na gravidez e no parto.

segunda-feira, março 24, 2008

36 Semanas

36 Weeks Pregnant

Estou oficialmente considerada incapaz. Com 11Kg a mais e somente 2,75Kg de bebé... vai ser lindo voltar ao que era antes.

O Pedro continua a mexer-se imenso apesar do espaço cada vez mais reduzido, os pedidos 10 movimentos por dia são atingidos antes das 2 da tarde e a festa continua durante o resto do dia e noite. A médica diz ter dificuldade em saber se o Pedro está de cabeça para baixo ou não sem ecografia e só por apalpação, engraçado que eu não tenho duvidas... Lá veio a conversa do ferro e mais uma receita, será que ela não entende que a minha quantidade de sangue duplicou e que são normais estes valores? Só significa que a minha placenta está a fazer o serviço dela na perfeição. Fiz recolha para saber se tenho Strepto B, se der positivo terei de tomar antibiotico durante o trabalho de parto, nada de especial.

Na quarta à tarde vou fazer uma visitinha às minhas antigas colegas de trabalho, estou cheia de saudades delas, de manha, tenho a visita à "Sala de Partos" no S. João... a vêr vamos, levo o meu Plano de Parto para re-ver com uma enfermeira, já que a minha médica não se mostrou com vontade.

segunda-feira, março 10, 2008

Depois da Festa

A Noite da Grávida foi muito boa!!!

As palestras interessantes e com conteúdo, bem... a da Dança do Ventre deu foi uma dor de cotovelo das grandes, nem "não-grávida" eu ia conseguir fazer aquilo.
A demonstração da ginástica Pilates pelo Solinca também foi fabulosa, da Crioestaminal ganhei um kit para recolha das celulas do cordão umbilical, por cá ficará para oferecer a alguém que lhe dê utilidade.
Como pretendo retardar o corte do cordão umbilical de forma a haver a maior passagem possível de sangue para o meu Pedro, assim a respiração fica mais facilitada e possíveis anemias durante o primeiro ano de vida reduzidas a quase 0%, com tudo isto fica inviabilizado a hipótese de se fazer recolha, já que tinha de se fazer o mais rapidamente possível após o nascimento.
Finalmente o meu pano está nas minhas mãos, já treinei montes de vezes o põe e tira... no papá, com a minha barrigona já não dá para treinar em mim.

sexta-feira, março 07, 2008

Ginastica Pilates na Gravidez


Porque motivo deve manter-se activa durante a gravidez? São várias as vantagens da actividade física durante a gravidez:

- Manutenção ou melhoria da condição física;
- Menor ganho de peso e adiposidade materna;
- Diminuição de complicações obstétricas;
- Menor risco de parto prematuro;
- Diminuição do risco de diabetes gestacional;
- Menor hospitalização e diminuição na incidência de cesariana;
- Melhoria da auto-estima e auto-imagem;
- Melhoria da sensação de bem-estar;
- Diminuição da sensação de isolamento social;
- Diminuição da ansiedade, do stress e do risco de depressão.

Pilates porquê?

Para além de ser uma actividade segura, sem impacto e de baixa intensidade, o Pilates proporciona uma série de benefícios, como:

- Aumenta a resistência física e mental;
- Alongamento e maior controlo corporal;
- Correcção postural;
- Aumento da flexibilidade, tónus e força muscular;
- Alívio das tensões, stress e dores crónicas;
- Melhoria da coordenação motora;
- Maior mobilidade das articulações;

Uma forma fácil de se manter activa é através da prática do método Pilates, que fortalece os músculos abdominais pélvicos e posturais que utilizará durante a gravidez e parto.
Os movimentos dinâmicos desafiam-na e ajudam-na a desenvolver a sua resistência muscular, flexibilidade e equilíbrio, enquanto a obriga a manter uma postura correcta durante todo o exercício, desenvolvendo todos os pequenos músculos ao longo da coluna vertebral, abdómen e o muito importante soalho pélvico que será recorrentemente solicitado durante o parto.
Existe um grande foco na postura, respiração e controlo durante a aula de Pilates, proporcionado exercícios de execução lenta, segura e consciente. São frequentes as dores e desconfortos na coluna, por parte das grávidas, sendo essencial o fortalecimento dos músculos posturais e o correcto alinhamento corporal, algo que irá sentir durante a prática de Pilates.

A prática de Pilates

A prática de Pilates por grávidas não apresenta contra-indicações, deverá evitar exercícios que impliquem a posição supina, pois normalmente está associada a uma falta de irrigação sanguínea ao feto por compressão da artéria aorta, bem como, deverá prestar atenção, em fases mais avançadas da gravidez, ao possível afastamento dos músculos abdominais (diástase abdominal). Se isso acontecer alerte o seu instrutor certificado para fazer exercícios isométricos e não concêntricos.

Durante a aula deverá preocupar-se em manter-se sempre hidratada e prestar atenção aos sinais de fadiga que poderão ocorrer, mantendo sempre o nível de intensidade numa zona confortável e facilmente tolerável.

Nas minhas aulas de pilates, sugiro posições para estar em trabalho de parto, posições alternativas para o período expulsivo e no final das aulas dedico algum tempo ao relaxamento, à meditaç]ao e à visualização do bebé.

Aulas de pilates especificas para grávidas saiba quando e inscreva-se porque, onde é já sabe: é na Barrigas & Bebés!

Traduzido e adaptado do manual de Instrutor Pilates Institut, por Catarina Pardal Professora de Pilates

Retirado da newsletter da Barrigas & Bebés, infelizmente só em Lisboa.

Voltou...

Hoje foi mais uma aula teória "O Trabalho de Parto"... a enfermeira xungosa voltou, com aqueles comentários horriveis e as ameaças do costume.

Mas, nem tudo são más notícias. Amanha vou finalmente ter na mão o meu lindo pano, a Zélia vai traze-lo para a Noite da Grávida, vou poder experimentar tudinho durante o workshop do Club do Pano.

Outra coisa excelente é que uma amiga minha já começou a dar aulas de ginástica Pilates Pré e Pós Parto:

Clinica Dr. Luis Ramos

Rua Eça de Queiros n.º 182
Senhora da Hora - Matosinhos

Como ainda não há grupos feitos a marcação é pelo telefone:

96 8816568 - Prof.ª Liliana Oliveira

Clases Pilates para grávidas:
4ªf - 17:30-18:30h
6ªf - 18:00-19:00h
Com direito a uma massagem gratis por semana para diminuição das dores de costas.

O meu Pedrocas continua cheio de genica seja a que hora do dia for, dizem que com o tempo mexe menos... posso confirmar que é mais lento do que antes mas com muito mais força, eram mais à noite agora são a qualquer hora do dia ou da noite, e não me venham com a cena de que dorme 90% do tempo... a não ser que ele se mexa muito enquanto dorme.

Os movimentos são longos e descarados, mete os pés nas minhas costelas sem pedir licença! Não está certo!

Amanha Dia da Mulher, não esquecer de exigir mais mimos :)

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Gravidas na Discoteca!!

Ha pois é!!! Finalmente lembram-se da gente!!! EU VOU!

Dia 8 de Março - Discoteca Estado Novo - 20:30horas


sexta-feira, fevereiro 15, 2008

A Taxa de Cesariana

A cesariana representa mais de 30% dos nascimentos em Portugal.

"É do conhecimento público que a forma de encarar a cesariana, evoluiu significativamente nos últimos vinte anos"… É assim que começa o prefácio do livro "A Cesariana" de Michel Odent, escrito pelo Prof. Jorge Branco.Mas será que é do conhecimento público os riscos.versus.benefícios desta forma cirúrgica de nascer?

Será que existe no público, um sentido de reflexão sobre este assunto?Até que ponto o público conhece os factos, tem interesse em saber e participar numa decisão responsável e consciente sobre esta temática?

Seguramente, não são públicas as taxas de cesariana de todos os hospitais portugueses: públicos e privados...

Também não são públicos os critérios que definem a tomada de decisão para um nascimento por cesariana, nem os procedimentos de atendimento ao trabalho de parto e o parto, que possam ajudar a evitar o desfecho em uma cesariana.

Pública é sem dúvida a ideia que se tem vindo a generalizar, de que nascer por meio de uma cesariana, é…NORMAL!!!! Temos assistido a um crescente aumento das taxas deste procedimento cirúrgico desde os anos 80 , com uma passividade e naturalidade, tanto por parte dos profissionais de saúde, como por parte das grávidas e suas famílias, de uma forma inconcebível, numa sociedade desenvolvida e supostamente civilizada…

Se bem que seja um fenómeno característico da sociedade ocidental e países desenvolvidos, como se explica que em 2006, a taxa de cesarianas tenha sido de:
- de 22 % em Espanha
- de 23 % no Reino Unido
- de 19.6 % em França
- superior a 30 % em Portugal nos hospitais públicos
- superior a 65 % em Portugal nos hospitais privados,


quando se recomenda que essa taxa:

- se situe entre 10 a 15%,pela Organização Mundial de Saúde
- seja inferior a 30 % , segundo o Ministério da Saúde Português !!??

E porquê preocuparmo-nos com estes dados?
Simplesmente porque há riscos acrescidos numa cesariana, muito importantes para a saúde da Mãe, do bebé, e em futuras gravidezes, que não podem ser desvalorizadas, ocultadas ou ignoradas…
Os riscos de uma cesariana quando comparada com um parto vaginal, são os seguintes:

Riscos para a Mãe:

- morte materna: 5-7 vezes superior
- internamento em cuidados intensivos: 2 vezes superior
- hemorragias importantes: 6 a 8 vezes superior
- maior tempo de internamento
- necessidade de voltar a ser internada: duas vezes superior
- infecção e tomada de antibióticos: risco alto*
- dor: risco muito alto*, para dor prolongada nos dias e semanas seguintes ao parto
- complicações pós-operatórias: 1-5 % dos casos de cesariana
- experiência negativa de nascimento: risco muito alto*. Alta probabilidade de não ter acompanhante no nascimento do filho, nem suporte emocional, nem sentir qualquer domínio sobre a situação
- menor contacto imediato com o bebé, não poder vê-lo ou pegá-lo: risco muito alto*

Riscos para o bebé:

- risco de morte: 1.77 por cada 1000 recém-nascidos, contra 0.62 por cada 1.000 recém-nascidos por via vaginal
- corte cirúrgico acidental: risco alto*
- problemas respiratórios: risco moderado a alto* (antes das 39 semanas)
- possibilidade de não ser amamentado: risco alto a muito alto*
- possibilidade de desenvolver asma em criança e / ou adulto: risco alto*

Riscos para a Mãe, em futuras gravidezes:

- aumento da infertilidade: risco alto a muito alto*
- fertilidade reduzida por opção da Mãe: risco alto*
- aumento de gravidez ectópica: risco moderado*
- aumento de problemas com a placenta (acreta, abrupta ou prévia): risco moderado*
- ruptura uterina: risco moderado*

Riscos para o bebé, em futuras gravidezes:

- morte antes do termo da gravidez: risco moderado*
*Classificação do risco (segundo estudos compilados no artigo "What every women needs to know about Cesarean Section" retirado do http://www.chilbirthconnection.org/):
Risco muito alto: 1.000-10.000 em cada 10.000 mães ou bebés
Risco alto: 100-999 em cada 10.000 mães ou bebés
Risco moderado: 10-99 em cada 10.000 mães ou bebés


Poderá o motivo de orgulho nacional: as baixas taxas de mortalidade e/ou morbilidade materna e infantil, justificar e validar a prática desta cirurgia obstétrica?
NÃO!!! Simplesmente pela análise de riscos já descriminada, que inevitavelmente irão fazer subir as ditas taxas, pelas quais tanto lutámos ao longo destas décadas!
O valor recomendado pela O.M.S. é precisamente encontrado, fazendo um rigoroso estudo do balanço risco-benefício, do nascimento cirúrgico, sendo apoiado por diversos estudos de outras entidades (ex.Althade and Belizán,2006**)

Será possível reduzir as taxas de cesariana?
CLARO QUE SIM!! Até quanto, é que é mais difícil saber, bem como quem está verdadeiramente interessado em fazer um esforço por isso…
O Plano Nacional de Saúde (lançado em 2004), estipula que até 2010, a taxa nacional seja reduzida para 20%.
A Maternidade Dr. Alfredo da Costa, em Lisboa, conseguiu reduzir de 34 % em 2006, para 29.8% no 1ºsemestre de 2007¹, tendo implementado algumas estratégias para tentar reduzir mais esta taxa.
O Hospital de S. João, no Porto, pretende chegar aos 25 %*** (conseguiu reduzir em 10%, esta taxa, de 2001 para 2002, e agora pretende reduzir mais 2.2%).
Lamentavelmente, o Presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos e Director de Serviço de Obstetrícia do Hospital de Sta. Maria, Prof. Luis Graça, não acha "excessivamente importante a preocupação pela baixa “forçada” do número de cesarianas"*** e acredita que é possível baixar 2 a 3 %, o que situaria a nossa taxa nacional na ordem dos 30%...

O que será necessário para baixar as taxas de cesariana?
- divulgação dos riscos versus benefícios, baseados em estudos científicos publicados, a todos os profissionais de saúde
- divulgação dos referidos riscos versus benefícios a toda a população, em especial às grávidas de uma forma esclarecedora
- existência de um consentimento informado, compreendido e assinado pela grávida, quando se efectue este procedimento cirúrgico (de forma não emergente).
- um acompanhamento da gravidez de baixo risco por parte dos profissionais de saúde, que promova com segurança e clareza, a via vaginal como primeira opção de parto
- sistemas de controlo e auditoria interna nos hospitais (públicos e privados), que possibilitem que cada cirurgia seja discutida em equipa, chegando à conclusão clara de quais os critérios que justificam a cirurgia
- uma mudança na forma como se encara o parto, ao nível do estudo da medicina, para que este volte a ser vivido como um processo fisiológico e não patológico.

E para quê?
- claro benefício para a saúde da Mãe e do bebé
- claro benefício em gravidezes posteriores
- melhoria na experiência de nascimento para a maioria das mulheres
- melhoria na taxa de sucesso de amamentação e do primeiro contacto Mãe-bébé
- diminuição drástica dos custos associados ao procedimento cirúrgico, e pós-operatório
- diminuição de todos os custos que advêm das possíveis complicação e riscos anteriormente descritos, para o sistema de saúde, e para as Mães/Famílias (internamento mais prolongado, cuidados intensivos, intervenções adicionais, medicação a curto e/ou médio-longo prazo, leite artificial, etc).

Num país com tanta dificuldade em gerir os seus recursos de assistência médica, com baixíssimas taxas de sucesso na amamentação e com graves dificuldades financeiras, esta situação dá que pensar…

Vale a pena proporcionarmos um melhor começo de vida aos nosso filhos e à nossa sociedade, com mais saúde para as mulheres e para as crianças!

Marta Cruz
Vogal da Direcção
HumPar
Fontes utilizadas neste documento:
http://www.childbirthconnecting.org/
http://www.maternitywise.org/
"A Cesariana:operação de salvamento ou industria do nascimento", de Michel Odent, Miosótis, Setembro de 2005
***"Pais & Filhos", edição de Novembro de 2007, artigo: 'Menos cesarianas, mais qualidade',texto de MªJoão Amorim,pág-44-46
"Pais & Filhos", edição de Janeiro de 2006, artigo: "Sai uma cesariana!", texto de Mª João Amorim, pág.13-16
** Althabe F.,Belizán JF,Caeserean section:The paradox.The Lancet 2006:368:1472-3
Retirado de
Artigos Humpar

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

30 Semanas

Apesar de viver cada dia desta gravidez não acho que tenha um comportamento igual às outras grávidas.
Não tenho fotos minhas mês a mês, não bordei nada para o enxoval do meu filho, não vivo obcecada por sintomas imaginários, sei lá que mais ...

Acho que uma foto para representar a gravidez é o suficiente, esta tirada ontem durante a tarde pelo pai babado chega, a barriga não está pequena nem grande demais e numa altura de transição as quase 30 semanas :)

Ainda aqui está e já sinto saudades de me sentir uma autêntica máquina de lavar roupa, foi assim que me senti durante a 25ª e 26ª semana, agora os movimentos são menos e bem mais calmos... já nem me acordam.

Comecei as aulas de preparação para o parto no HSJ... sinto-me completamente deslocada, a enfermeira não perde oportunidade para gozar com a nova ala do hospital para parto natural, com as mães que decidem não se entupir e não entupir os filhos de drogas que Estudos Médicos já provaram ser prejudicial e a Organização Mundial de Saúde recomenda a não utilização, isto sem contar com algumas pérolas lindas como "Se não fizerem como eu estou a dizer depois os bebés têm de ser extraídos a fórceps e ventosas...", bem sem comentários.

No próximo sábado tenho mais uma consulta com a parteira, vou poder ouvir o coraçãozinho do meu filhote mais uma vez, estranho como se tem saudades de um som... de algo que se passa tão perto de mim.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Finalmente em Portugal!!!

Hospital de São João inaugura bloco de partos naturais

O Hospital de São João, no Porto, disponibiliza às grávidas, a partir de sexta-feira, um bloco para partos naturais onde algumas «velhas práticas» foram abolidas e se dá tempo ao tempo para nascer

Os partos induzidos, as anestesias, as tricotomias (rapagem dos pêlos púbicos) e os clisteres estão excluídos do novo bloco, pensado para as grávidas sem pressa, que ali vão poder recorrer à hidroterapia, à música e a exercícios de relaxamento para darem à luz tranquilamente.

Na nova estrutura, a grávida pode escolher a posição que lhe é mais conveniente para dar à luz e praticar exercícios com a bola e a corda de parto.
«A bola permite que a mulher se sente sobre ela e oscile, relaxando a zona pélvica, e a corda, suspensa num ponto alto da sala de partos, pode ser usada para fazer força», explicou Diogo Ayres de Campos, médico responsável pelo bloco de partos.
A episiotomia (corte do períneo, uma área muscular localizada entre a vagina e o ânus, para facilitar a expulsão do bebé) «só será realizada nos casos em que for realmente necessária», sublinhou ainda Diogo Campos, que se congratulou por a taxa desta intervenção no Hospital «ser actualmente de 54 por cento, quando era de 87 por cento há três anos».

«O soro, que costuma ser colocado à grávida assim que esta entra no hospital, também deixa de ser rotina, e a futura mãe vai poder circular num ambiente familiar, sem a presença de estranhos, além de ter à sua disposição chuveiro e banheira com hidromassagem», contou o clínico do Hospital de São João.
Mas apesar de a água ser um recurso para o relaxamento e o amenizar das dores da grávida, o médico do São João exclui a possibilidade de os partos ocorrerem no meio aquático.

«Como são conhecidos casos de complicações em bebés que nasceram neste meio, só faremos partos na água quando houver indicações de que são pelo menos tão seguros como os realizados em ambiente normal», declarou Diogo Ayres de Campos, acrescentando que «o parto na água não é um parto natural».
«Parir na água não é um instinto ou uma tendência natural da mulher», sublinhou o responsável, segundo o qual «o trabalho de parto na água é pacífico, a expulsão do bebé é que é controversa».

A realização do parto fora do ambiente hospitalar também é encarada com renitência por Diogo Campos, segundo quem «em Portugal não existe uma estrutura montada para apoiar esse tipo de nascimento, ao contrário do que sucede em países como a Holanda», onde apenas as gravidezes de risco têm acompanhamento hospitalar.
Apesar de considerar que o país «não está preparado nem tem tradição de partos em casa», o médico reconhece que os enfermeiros obstetras (vulgo parteiros) «podem orientar os partos de baixo risco», devendo «dispor de mais autonomia», um aspecto que «está bem estipulado na lei europeia mas pouco claro na legislação nacional».

Diogo Ayres de Campos revelou-se ainda favorável à criação de casas ou centros de parto, uma vez que Portugal ainda não dispõe de nenhuma estrutura deste tipo.
Para o médico, os centros de parto representam «o equilíbrio ideal entre a casa e o hospital» e, «se são uma solução em muitos países europeus, não há razão para não resultarem em Portugal».
Lusa / SOL

Retirado daqui